Reciclemos!

2006/01/23

A importância dos candidatos excluídos

Cavaco venceu à primeira, com mais 64.138 votos do que todos os seus adversários juntos. De certo modo foi à tangente, sobretudo se pensarmos que 58.868 pessoas optaram por votar em branco e 43.405 anularam o seu voto.

Quantos destes eleitores que votaram branco ou nulo estariam com vontade de votar em Manuela Magno, Luís Filipe Guerra ou Botelho Ribeiro, três dos candidatos que foram excluídos por questões burocráticas? E quantos dos apoiantes destes candidatos terão ficado em casa, a contribuir para as estatísticas da abstenção?

Nunca saberemos as respostas a estas perguntas. Todavia, se Manuela Magno e companhia tivessem sido aceites poderiamos ter agora como cenário uma segunda volta. Afinal, se Garcia Pereira obteve 23.650 votos sozinho, porque não se reuniriam 64.139 votos em torno de mais três candidatos alternativos?

1 Comments:

  • Como não aconteceu, é óbvio que é uma especulação sem sentido... mas isso não quer dizer que seja uma especulação sem consequências.

    Este caso deveria levar a uma reflexão sobre os obstáculos burocráticos que existem à candidatura de movimentos de cidadãos a um cargo que é uninominal (o de Presidente da República), mas que frequentemente é tomado pelos partidos para mais uma disputa eleitoral.

    Quanto à questão: Manuela Magno e Luís Filipe Guerra reuniram o número de assinaturas necessárias. Botelho Ribeiro não.
    Contudo, inclui-o aqui porque ele recorreu para o Tribunal Constitucional, alegando que só não obteve todas as assinaturas por não ter tido direito à devida divulgação da sua proposta de candidatura, um tema que penso ser também interessante de discutir.

    A discussão sobre este assunto também se está a passar aqui.

    By Blogger Luís Humberto Teixeira, at 24 janeiro, 2006 13:01  

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