Reciclemos!

2005/08/29

Ciência Viva no Verão

Este ano já participei em quatro actividades do Ciência Viva no Verão - uma de Engenharia e três de Biologia.
A de Engenharia foi uma visita à Central de Alqueva, em que vi por dentro como é que está estruturada a barragem. Aproveitei a ida até àqueles lados para almoçar numa zona verde junto à barragem, ver a nova Aldeia da Luz e dar um pulo até Espanha, para atestar o depósito do carro, já que a gasolina estava 30 cêntimos mais barata do que cá...
As de Biologia realizaram-se mais próximo de casa.
A primeira foi perto de Vila Nova de Santo André, onde fiz parte de um grupo fantástico que foi limpando a mata e as dunas (assim que a fotografia de grupo com todo o lixo recolhido estiver disponível publico-a aqui), ao mesmo tempo que ouvia as explicações dos monitores acerca das estratégias de adaptação ao meio das diversas espécies locais, algumas delas endémicas.
A segunda foi na Arrábida, onde visitei a área que ardeu em 2004 e fiquei a saber como é que nos próximos dez anos a zona poderá voltar a ser parecida com o que era. Foi uma acção que serviu também para ver como uma vegetação adequada ao nosso clima recupera mais depressa do que pinhais e eucaliptais plantados pelo homem com o mero objectivo do lucro...
Por fim, a terceira acção decorreu em Sintra, no Parque de Monserrate, onde fiquei a saber o que é a Astrobiologia, uma ciência que estuda a origem, distribuição e destino da vida por todo o universo. Com ela reforcei a ideia que tinha acerca do grau de humidade da serra de Sintra (atchim!).

Isto tudo serve, em parte, para justificar a minha ausência destas paragens nos últimos tempos, mas sobretudo para aconselhar a quem ainda tiver um dias livres para que consulte o site do Ciência Viva no Verão e fique a conhecer melhor os astros, as plantas, os animais, as rochas, as grutas, as fábricas, as barragens ou os faróis deste país.
Vale a pena fazê-lo este ano - e nos próximos, certamente - agora que à frente do ministério voltou a estar aquele que é considerado o "pai" da ideia: Mariano Gago.

2005/08/19

"Mates" & Doutores

A palavra "mate" - que em português será algo como "pá" - viu a sua utilização proibida no parlamento australiano devido a uma circular interna, que aconselhava os seguranças a dirigirem-se com maior respeito ao público e aos deputados.
Porém, a ordem foi rapidamente contestada pelos deputados por ser "un-Australian", ou seja, por representar uma espécie de atentado contra a identidade do país, já que o termo "mate" é usado de forma tão normal - e até orgulhosa - pelos australianos que o primeiro-ministro John Howard chegou a chamar "mate" a George W. Bush, um chefe de Estado estrangeiro.

Por cá o costume é inverso. Toda a gente é "doutor", "engenheiro", "professor", "professor doutor", "arquitecto", "senhor deputado"...
Devemos então pensar que, se estas formas de tratamento fossem proibidas no parlamento, rapidamente os deputados considerariam tal medida como "un-Portuguese"?

2005/08/18

Reclamar compensa (às vezes...)

A 16 de Agosto enviei um e-mail para o Instituto da Comunicação Social (ICS) para ver se este resolvia um problema de associação dos registos que constavam da respectiva base de dados e que, anteriormente, através de uma ida pessoal ao Palácio Foz (onde está o ICS) não havia ficado resolvido.
Os erros que eu apontava na mensagem de reclamação - que reproduzo abaixo - foram corrigidos, contribuindo assim para melhorar o serviço que o ICS presta aos cidadãos que pretendem saber que órgãos de imprensa regional estão inscritos na sua região.

"Exma. Sra. Dra. Maria Teresa Gonçalves Ribeiro, Presidente do Instituto da Comunicação Social (ICS),

Venho por este meio contactá-la para informar que a base de dados que o ICS disponibiliza aos cidadãos em www.ics.pt apresenta aquilo que me parecem ser vários erros de associação dos registos aos distritos.

Só para ter um exemplo, há publicações de Viseu que estão catalogadas em Leiria, títulos de Lisboa que estão associados ao Porto e vice-versa, e órgãos de Évora que estão descritos como sendo de Setúbal.

Apercebi-me desses erros há alguns dias, pelo que na tarde da passada sexta-feira, 12 de Agosto, dirigi-me ao Palácio Foz para alertar a Divisão de Registos do ICS para o caso, onde fui atendido por uma funcionária cordial, mas pouco aberta a colaborações externas.
Digo isto porque, quando perguntei para onde deveria direccionar uma mensagem com os erros que havia detectado, a funcionária alegou que “existe uma equipa que é paga para fazer esse trabalho, pelo que dispensamos a sua colaboração, obrigado”.

Perante esta reacção, decidi visitar o vosso site, onde, após uma rápida vista de olhos, me deparei com o contacto para onde agora lhe escrevo.

É que, como existem quase 5 mil registos de publicações periódicas em Portugal, entendo que o ICS deveria considerar bem-vinda toda a ajuda na detecção das gralhas existentes, razão pela qual me dirijo directamente a si, para que tome medidas simples no sentido de melhorar o serviço que o instituto que dirige presta aos cidadãos.

Assim, no ficheiro em anexo envio-lhe as 37 trocas que me parecem existir, tendo como base a morada apresentada para a redacção do órgão.
É devido a esse critério que sugiro a saída do “Jornal de Esposende” do distrito de Braga (ao qual Esposende pertence), uma vez que a redacção deste órgão está, de acordo com os vossos registos, sediada na Póvoa de Varzim (que pertence ao distrito do Porto).

Espero também que esta minha acção contribua para que, num olhar mais atento pelos registos, o ICS detecte casos de publicações cuja presença na base de dados já não faça qualquer sentido manter, ao abrigo da lei vigente, ou que necessitem de outro tipo de actualizações.

Com os melhores cumprimentos,
Luís Humberto Teixeira
Jornalista"

2005/08/14

Perguntas

Em reacção à notícia da criação de um conselho coordenador da diplomacia económica - ideia tida, ao que parece, por Freitas do Amaral na sequência da substituição do seu ex-colega de partido Basílio Horta por Ferro Rodrigues no cargo de representante de Portugal junto da OCDE - deixei as seguintes perguntas no Publico.pt.

Justifica-se a criação de um "conselho coordenador da diplomacia económica"?
Que trabalho relevante e concreto irá essa estrutura realizar, uma vez que é muito vago afirmar que fará a "articulação entre as embaixadas, o ICEP e a API"?
E se se diz que Basílio Horta vai ser o responsável por esse conselho, quantas outras pessoas o vão compor?
E já agora, que remunerações terão Basílio Horta e os outros elementos do conselho?

Alguém consegue fazer estas perguntas ao primeiro-ministro, ao ministro da Economia ou ao ministro dos Negócios Estrangeiros e obter deles uma resposta directa e simples?

2005/08/12

Descarrilhou outra vez

Sobre o "diz-que-disse" entre Manuel Maria Carrilho e o jornalista do DN Francisco Almeida Leite, apeteceu-me lembrar, em comentário no BdE, o historial do candidato à autarquia lisboeta em termos de assumir aquilo que afirmou no passado, seja esse passado distante ou não:

"Seria bom recordar - neste país (quase) sem memória - que Manuel Maria Carrilho publicou em Abril de 1999 o livro "Hipóteses de Cultura", onde reuniu 21 entrevistas que lhe foram feitas.
Nesse livro, o agora candidato à Câmara Municipal de Lisboa alterou profundamente o conteúdo das respostas originais e chegou mesmo a modificar a formulação de algumas perguntas..."

2005/08/05

Da objectividade e outros mitos

É bastante provável que a generalidade da comunicação social venha a chamar à atenção para a diminuição da área ardida, tal como fez em 2004.
Nessa altura [em 2004], lembro-me de ter feito uma versão alternativa de uma notícia que vi no Público, pegando nos mesmos dados.
Esse texto ainda está disponível em http://reciclemos.weblog.com.pt/arquivo/143081.html, só para mostrar que a objectividade jornalística não existe e que, em algumas matérias determinantes para o nosso futuro comum - como é o caso da defesa do ambiente -, deveríamos ter um jornalismo militante, informado e equilibrado.

Comentário colocado na entrada "Farpas Verdes CCLXIII", de Pedro Almeida Vieira, no Estrago da Nação.

2005/08/04

Jorge, Amado Sem Fronteiras - Press Release

Quatro anos depois da morte de Jorge Amado, o Café com Estória, em Setúbal, acolhe duas iniciativas para recordar/homenagear o autor brasileiro. Os eventos terão lugar a 6 e a 10 de Agosto, respectivamente data de morte e data de nascimento do conhecido escritor e jornalista baiano.

A 6 de Agosto é inaugurada a exposição "Jorge, Amado Sem Fronteiras – Paisagens e Rostos para o Repórter da Bahia", que pretende assinalar a passagem de quatro anos sobre a morte de um dos mais importantes escritores da língua portuguesa.

Composta por cerca de uma dúzia de fotografias inéditas captadas pelo fotojornalista Luís Humberto Teixeira no Nordeste do Brasil em 2001 (ano da morte do escritor), esta mostra apresenta as imagens acompanhadas por excertos dos livros "Capitães da Areia", "Mar Morto", "Os Velhos Marinheiros", "Tereza Batista Cansada de Guerra", "Gabriela, Cravo e Canela" e "Tieta do Agreste".

Uma das imagens surge acompanhada pelo poema "Adeus, Capitão", da autoria de Helena de Sousa Freitas, responsável também pela selecção dos excertos.

O poema – escrito na madrugada de 6 para 7 de Agosto de 2001, logo após a notícia da morte do escritor – foi escolhido como homenagem final a Jorge Amado por duas academias de letras do Brasil.

O poema da autora de Setúbal foi igualmente publicado na imprensa brasileira, onde o cronista Luiz de Aquino o incluíu num texto que se chamava precisamente "Jorge, Amado Sem Fronteiras", título que esta exposição retoma.

Quatro dias após a abertura da exposição, no dia 10, quando passam 93 anos sobre o nascimento do escritor, terá lugar uma sessão de leitura de trechos da obra de Jorge Amado e de trabalhos nela inspirados. Esta iniciativa é aberta ao público que deseje participar.

As fotografias de Luís Humberto Teixeira – que não pretendendo servir de ilustração às obras do escritor, estabelecem um claro diálogo com a escrita de Jorge Amado – ficarão patentes no Café com Estória até ao dia 25 de Agosto.

2005/08/03

Presidenciais

Ontem, um dos assuntos do dia foram as audiências de Cavaco Silva e Mário Soares com Jorge Sampaio.
Eu não vou votar em qualquer destes candidatos, caso eles se apresentem a eleições, e estava a dizer isso mesmo a um amigo que também se diz muito desencantado com as opções disponíveis quando ele se sai com o seguinte:
"Eu votava bem era no bispo D. Manuel Martins, uma pessoa com perfil humanista e que, em meu ver, até tem boas hipóteses de derrotar tanto Soares como Cavaco. O difícil é convencê-lo a concorrer, pois era preciso que ele tivesse interesse e a ideia lhe fosse colocada por um conjunto importante e alargado de pessoas que apoiassem a ideia."

Fiquei a pensar naquilo e perguntei a quatro pessoas se votariam em Soares, em Cavaco ou em D. Manuel Martins. A resposta de todas foi: "se o antigo bispo de Setúbal concorrer, voto nele".
Mas isto é em Setúbal... como é que será no resto do país?